segunda-feira, 24 de novembro de 2025

QUEM PRENDEU QUEM? Um recado a Alexandre de Moraes — sob o olhar da História.

QUEM PRENDEU QUEM?

Um recado a Alexandre de Moraes — sob o olhar da História.


Como professor, historiador e analista político, observo o cenário nacional com o distanciamento que apenas o tempo costuma oferecer. E há algo evidente: o destino de Jair Bolsonaro e o de Alexandre de Moraes já estão inscritos nas páginas que a História começará a escrever.

Alexandre de Moraes, ao longo dos últimos anos, assumiu um protagonismo que transformou o próprio cargo em um confinamento. Seu gabinete, antes símbolo de autoridade institucional, converteu-se em espécie de fortaleza. Não por falta de poder, mas por ausência de paz. Quem domina pela caneta vive sob a sombra de sua própria assinatura. O peso das decisões não se dilui — acompanha, vigia, cobra.

A vida de um ministro que se torna “símbolo” de tensão nacional nunca volta a ser comum. O espaço que o cerca se estreita. A vigilância se torna companheira permanente. A sensação de liberdade dá lugar ao cerimonial rígido da autoproteção. O poder continua lá; a tranquilidade, não.

Do outro lado, Bolsonaro ocupa um lugar distinto no imaginário político. Não depende de cargo. Onde chega, a massa o reconhece, o cerca, o projeta. Não por estrutura estatal, nem por aparato de intimidação, mas pela narrativa popular que o transformou num símbolo.
A força que o acompanha não vem de um gabinete, mas da identificação social — e esse é o tipo de poder que as instituições não controlam.

Enquanto isso, o STF, outrora percebido como esfera inabalável, sofre desgaste de credibilidade diante de parcela da população. Cada decisão controversa, cada medida interpretada como excessiva, alimenta um cenário no qual a toga parece pesada e a confiança, escassa. É o preço político que instituições pagam quando ultrapassam a fronteira do equilíbrio percebido.

Moraes pode deter a caneta, mas sabe que nenhum instrumento jurídico é capaz de alterar a percepção histórica construída fora dos tribunais. A História não se escreve por decreto; ela nasce da memória social. E a memória, quando amadurece, costuma ser implacável.

Bolsonaro, correto ou não em suas ações, já ultrapassou a condição de simples líder político. Tornou-se um fenômeno cultural e sociológico. Um símbolo — e símbolos sobreviverem a conjunturas é algo comum na História.

Para Alexandre de Moraes, resta compreender que nenhum exercício de poder é definitivo. O tempo coloca cada protagonista no seu lugar, independentemente das circunstâncias. Pode até escapar do julgamento dos homens, mas não escapará da leitura rigorosa que a História fará — nem, para os que creem, do juízo de Deus.


Eu sou Professor Jorge Leibe, e afirmo:
a História, quando enfim registrar tudo isso, contará melhor o desfecho que ainda estamos vivendo.

Afinal…

Quem prendeu quem?

A pergunta expõe a inversão simbólica do nosso tempo. De um lado, a figura política que continua livre na consciência coletiva de milhões; do outro, o magistrado que, mesmo no topo do poder, parece cada vez mais cercado pelas próprias decisões. A frase provoca, cutuca e convida o público a refletir sobre a verdadeira natureza do poder: quem o exerce… e quem, de fato, está aprisionado por ele.

Deus te abençoe.


Prof. Jorge Leibe 

É Teólogo, Licenciado em Filosofia, Formado em Direito, Mestre em Educação, Membro da Academia dos Imortais do Saber, Cientista Político e Capelão

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